Eu me chamo Marilene Edite de Lima Silva, sou professora de português do 6º ano da EEF Demóstenes Ratts Barbosa. Leciono há 29 anos.
Quando terminei a 8ª série, resolvi fazer o científico, pois achava que não tinha vocação para professora. Desde o inicio minhas amigas tentavam me convencer para desistir do cientifico e fazer o pedagógico, só resolvi trocar no 2º semestre e gostei do curso, mas ficava receosa quando pensava em lecionar algum dia.
No meu estágio aconteceu um fato que me deixou intrigada. Eu e minha amiga ficamos juntas no estágio de regência numa 4ª série, a sala mais problemática da escola Dona Maria Amélia Bezerra. Antes de entrarmos na sala, a diretora da escola nos chamou e nos comunicou que havia um aluno naquela sala com mau hábito de bater nos colegas e depois fugir da escola e a mãe dele vivia reclamando para a diretora solucionar o problema, pois a mesma deixava o filho na escola e mau chegava em casa ele estava de volta pois havia fugido. Nos primeiros quinze dias fiquei ministrando as aulas e minha amiga ficava observando os alunos para que o menino não os agredisse e nem fugisse, porém ele era muito esperto e acabava fugindo. Chegou o dia dela dar aulas e eu observar os alunos, no primeiro dia que eu passei a observar os alunos, o menino tentou fugir de várias formas só que não conseguiu porque já conhecia as façanhas dele e não deixei. Por sua vez ele viu que não ia dar certo e chegou perto de mim puxou meu braço e deu uma mordida que ficaram as marcas de seus dentes , também não contei conversa peguei o braço dele e devolvi a mordida ( a dor era tão grande que não pensei duas vezes e por isso agi dessa forma ). Ele começou a chorar e mandei-o sentar. Ele ficou a aula toda de cabeça baixa, mas não fugiu. Ao terminar a aula fui à diretoria comunicar o fato ocorrido. Fiquei com medo de ser prejudicada por ter agido sem pensar. No dia seguinte procurei ficar tranqüila e fiz de conta que nada havia acontecido. O menino chegou, entrou na sala, assistiu a aula, não perturbou nenhum colega, não atrapalhou e não fugiu e a partir desse dia ele mudou totalmente seu comportamento, deixando de ser agressivo e tornou-se carinhoso com todos inclusive comigo.
Ao concluir meus estudos de 2º grau fui juntamente com minhas amigas a Secretaria de Educação a procura de emprego, pedi ao Professor Santana ( Secretário de Educação na época) uma vaga para agente administrativo ou auxiliar de secretaria , pois não tinha coragem de entrar numa sala de aula por medo de se repetir o que aconteceu no estagio. Porém só tinha vaga para professor, era pegar ou largar, então peguei e fui contratada para a EEF João Alencar de Figueiredo como professora da 3ª série.
No inicio fiquei com medo, mas logo a profissão me conquistou.
Hoje percebo que minha vida só tem sentido por causa da minha profissão por isso agradeço todos os dias a Deus por continuar educando apesar das dificuldades encontradas no caminho.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
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